segunda-feira, 27 de abril de 2009

Drives

DRIVE - Refere-se às aptidões intrínsecas ou aprendidas dos diversos componentes psicológicos e sensoriais para realização para as diversas modalidades de trabalho. Relaciona-se à vontade, à disposição, bem como à tendência de cada cão para as qualificações inerentes ao trabalho. “Drive” é uma palavra inglesa que, entre outros significados, compreende “guiar”, “conduzir”, mas também “impulso”. É utilizada na cinofilia porque os drives podem ser modulados através do treinamento, muito embora a tendência genética seja a variável de importância fundamental. Os Drives subdividem-se basicamente em: DRIVE DEFESA, DRIVE DE DOMINÂNCIA, DRIVE DE FARO, DRIVE DE RAPINA e DRIVE POR ISCA, sendo os drives de rapina e de defesa os principais.
PRONÚNCIA: dráive.
Vide também: INTENSIDADE DE DRIVE e NÍVEL DE DRIVE.

DRIVE DE CAÇA - Não se refere, como pode aparentar à primeira vista, à caça de animais, mas à disposição de ir até o figurante ou o objeto de treino, em persegui-lo, atacá-lo. Vide: DRIVE e DRIVE DE RAPINA.

DRIVE DE DEFESA - Disposição que tem o cão em defender seu território, seu dono e a si mesmo da aproximação de terceiros (via de regra, estranhos). Pode se subdividir em: DEFESA DE TERRITÓRIO, DEFESA DO DONO, DEFESA DE FAMILIAR, DEFESA PRÓPRIA, DEFESA DE OBJETO, DEFESA DO ALIMENTO, DEFESA DA PROLE.

DRIVE DE LUTA - Termo usado pela escola americana de adestramento, definido por alguns como a união dos Drives de Rapina e Defesa. Pode também ser considerado como o amadurecimento do Drive de Rapina, no qual o animal ataca movido pelo Drive de Rapina, mas usa características de Defesa em seu ataque, objetivando mais ferir do que segurar a presa. Equivale, no predador, à sua disposição de atacar presas que revidarão e lutarão com energia.

LEMBREM-SE: OBEDIÊNCIA NÃO É DRIVE
"DRIVE" DE OBEDIÊNCIA - A obediência não é conceitualmente um drive, podendo ser definida como um paradrive. Disposição e capacidade do cão em obedecer ao dono ou adestrador. Embora, possa o cão ser condicionado a tal ponto que chegue a vir a ter impulso de obedecer (no caso da obediência ativa), em verdade, a obediência, mesmo nesse caso, não é um impulso oriundo dos instintos básicos. Por isso não cabe dentro do conceito clássico de drive. Quanto à obediência interruptiva ou à obediência passiva, podemos dizer que são antagônicas aos impulsos. Ou seja, dependem da capacidade de dominar impulsos. Mas, tanto em um caso como em outro, podemos considerá-la e manipulá-la de forma análoga aos drives. No caso da obediência ativa ser obtida através da formatação de imprintings conseguidos por estímulos positivos, pode haver realmente impulso do cão em obedecer, o que não conceitua, no entanto, a obediência como um drive. Vide: OBEDIÊNCIA, OBEDIÊNCIA ATIVA, OBEDIÊNCIA INTERRUPTIVA, OBEDIÊNCIA PASSIVA e PARADRIVE.

NÍVEL DE DRIVE – O termo aplica-se mais ao drive de rapina. Um mesmo drive pode ter diferentes categorias (ou níveis), motivadas por estímulos diversos. O drive de rapina, por exemplo, não é o mesmo para um cão que busca uma bolinha e para o cão que busca com disposição enfrentar de forma violenta um figurante. Ao primeiro nível retro exemplificado, chama-se Fair Play, e ao último, Fair Fight. Há um nível intermediário, ao qual se chama de Fair Game. Nem sempre um cão com alta Intensidade em um nível de drive, a terá proporcionalmente em outro nível deste mesmo drive.
Os motivos disso são:
(1) os estímulos são diversos, isto é, não é a mesma motivação que leva perseguir uma borboleta e enfrentar um figurante bem disposto.
(2) No fair play, não há qualquer revide da presa. Muitos cães têm disposição seletiva, isto é, apresentam disposição de perseguir apenas presas que não revidem ou que sejam pequenas, etc. Com outros, ocorre o oposto: o cão só apresenta um drive razoável já no Fair Game ou mesmo só a partir do Fair Fight. Tal fato ocorre por influência da psique de cada animal, bem como da Índole de cada raça. A compreensão de que cada drive não é uma única entidade é de fundamental importância. Principalmente, quando se trata do drive de rapina. Vide:DRIVE, DRIVE DE RAPINA, FAIR FIGHT, FAIR GAME, FAIR PLAY, ÍNDOLE e INTENSIDADE DE DRIVE.

INTENSIDADE DE DRIVE – A intensidade do drive significa o volume um determinado drive em um determinado nível. O termo se aplica mais ao drive de rapina. Sabemos que os níveis do drive de rapina são: fair play, fair game e fair fight. Mas, um cão poderá ter intensidades diferentes em cada um desses drives. Exemplificando, um cão pode ter altíssimo drive de rapina no fair play (correr atrás de uma bolinha com vontade impressionante), mas não ter capacidade de chegar ao fair fight ou mesmo no fair game. Já outro cão poderá não se interessar por perseguir bolinhas, e seu interesse só começar a se despertar ao perseguir figurantes humanos. Ver: DRIVE, DRIVE DE RAPINA, FAIR FIGHT, FAIR GAME, FAIR PLAY e NÍVEL DE DRIVE.

Leitura auxiliar:

Fair Play: um filhote de leão que persegue uma borboleta ou brinca com a cauda da mãe. Tipo de mordida: "boca mole", mordida sem força, quase sempre com a parte da frente da boca, às vezes com a "boca cheia". Visa não machucar o oponente. Nenhuma, ou quase nenhuma, alteração nos níveis adrenérgicos.

Fair Game: uma leoa que persegue e abate um filhote de antílope. Notem que houve aumento substancial do nível do esforço e da tensão empregada com conseqüente e moderado aumento dos níveis dopaminérgicos. Tipo de mordida: "boca cheia" é a mais comum, mas com força. Visa impedir que a presa fuja. Quantos mais dentes a segurarem, mais difícil será dela escapar.

Fair Fight: uma leoa que ataca uma búfala e encontra resistência severa, mas não desiste. Observem o incremento do fator reação e o maior esforço exigido ao predador, não só de correr, mas de submeter o animal. Tipo de mordida: boca cheia e circunstancialmente caninos, com força e determinação. Visa abater presa grande através de ferimentos profundos ou sufocá-la apertando-a na traquéia. Os níveis dopaminérgicos se elevam, junto com um aumento não tão importante das demais catecolaminas, e aumentam a resistência à dor, a força, a agilidade e os reflexos.

Luta (é sutil a diferença): neste caso a búfala reage com tal rigor e eficiência que fere ou ameaça com relevância a leoa. Existe certo equilíbrio no combate. No tipo de mordida aumenta a predominância dos caninos. A intenção do predador é de ferir a presa e não simplesmente de segurá-la. As mordidas tendem a ser mais dilacerantes com sacolejos vigorosos. Os níveis dopaminérgicos se mantêm, mas os percentuais de noradrenalina e adrenalina começam a aumentar de forma mais significante. A resistência à dor, a força, a agilidade e os reflexos pouco - ou nada, aumentam, pois já haviam chegado a um nível máximo – ou quase - no fair fight. Mas, as mordidas tornam-se ainda mais fortes, mais raivosas.

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