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sábado, 9 de maio de 2009

FAIR FIGHT E DEFESA RESOLUTA. ALTOS DRIVES DE PROTEÇÃO LEVAM À LUTA.

Muito já se ouviu falar sobre os drives de rapina e sobre seus níveis, embora muitos não considerem o fair game. Em verdade, o fair game é uma fase importante de ser considerada na cinofilia efetiva, pois é nela que preparamos o cão para poder chegar efetivamente ao fair fight, ou seja, que preparamos o cão para que suporte sem sofrimento psíquico o rigor do bastão. Simplesmente seria desastroso para a maioria dos cães uma passagem imediata do fair play ao fair fight. É claro que nenhum adestrador com mínima competência pensaria nisso, mas muitos se esquecem de classificar separadamente a necessária fase intermediária entre um cão ser capaz de brincar com uma bolinha e enfrentar um figurante disposto a afugentá-lo, como ocorre em algumas provas de ring. Uns já chamam o fair game de fair fight, por se satisfazerem com uma menor capacidade efetiva do cão, pois o fair game já é satisfatório para o tipo de prova que realizam. Realmente os treinamentos de muitas modalidades de esporte não exigem tanto rigor de bastão nem muita pressão psicológica. Um rigor excessivo de bastão, inclusive iria prejudicar a obediência exigida em muitas provas. O rigor do bastão em um cão que tenha qualidade e não venha a fugir, necessariamente aumenta a gana do cão, tanto pelo lado da defesa quanto por elevação do nível e da intensidade da rapina. A obediência pode ser considerada como um paradrive que muitas vezes se contrapõe aos drives de rapina e de defesa, e esses drives, por sua vez, quanto mais se elevarem, mais difícil será pela obediência de conseguir controlá-los.
Um cão de guarda efetiva precisa ter um nível razoável de obediência, é claro. Mas, precisa também trabalhar com altos drives de proteção. Quando falamos em provas, onde há disputas mais focadas na obediência, teremos alguma dificuldade de trabalhar no fair fight e muito mais ainda com um alto nível de defesa. Por isso, o nível de fair game já é satisfatório para a atividade esportiva, simplesmente porque, via de regras, não se utiliza nível superior em momento algum. Quando há disputa, quase sempre se coloca a importância dos resultados das provas acima da importância da capacidade efetiva dos cães. Não que sejamos contra disputas, mas não temos como deixar de constatar tal fato.
Mas, o que realmente não se escuta é falarem em níveis de drive de defesa. Muitos confundem a boa defesa com a pré-fuga, e a defesa chega a ser considerada indesejável. Realmente, a defesa entra em sério conflito com a obediência mais apurada, mas um cão de guarda precisa ter defesa. Do contrário, não poderá ser um cão de guarda efetiva. É nessa bifurcação onde se separam o treinamento esportivo e o treinamento efetivo. E é esse desprezo quanto à necessidade de defesa de um cão, visto pela óptica do esporte que leva a considerar a defesa como algo indesejável e sequer considerar que existem níveis no drive de defesa, assim como no de rapina.
Anteriormente, já expomos os níveis de rapina, mas ainda não falamos sobre os níveis de defesa. Estes seriam: pré-fuga e defesa resoluta. Sobre a pré-fuga também já comentamos no item “Defesa e Fuga”, mas o que seria defesa resoluta?
Defesa resoluta pode ser mostrada no ataque franco, sem medo e com imensa intenção de destruir o inimigo. As mordidas tendem a ser dilacerantes, sendo usada muita força e muito sacolejamento. Há notável raiva no ataque e nenhum sinal de fuga ou mesmo de intenção de que o inimigo fuja. O cão quer abatê-lo. Mas, se analisarmos bem, isso não seria o mesmo mostrado no estado de luta? Seria.
E qual é a diferença, afinal, entre defesa resoluta e luta? Do ponto de vista do comportamento que podemos observar no cão durante a prova, nenhuma. A única diferença que pode ocorrer é a intenção inicial do ataque, uma vez que a luta pode vir da defesa ou através da rapina. Poderíamos pensar que, então, não faz diferença saber como surgiu a luta, pois ela chega plasticamente ao mesmo resultado, independentemente de advir da defesa ou da caça.
No entanto, temos que diferenciar isso para prever as situações que levarão à luta. Um cão que tenha o móvel para a luta baseado na rapina tenderá a atacar estranhos fora de seu território e mesmo sem qualquer ameaça que se comportem como caça ou que o cão entenda como caça e o fará em luta. Poderá, no entanto, ser dócil com pessoa estranha que chegue a ele de forma amigável. Um cão cuja móvel para a luta é a defesa, provavelmente terá menor tendência de atacar pelo simples comportamento de caça do estranho, mas será bem mais difícil que aceite aproximação de qualquer estranho sob qualquer hipótese. Cães que tenham elevados os dois principais drives de proteção tanto tendem a não permitir aproximação em qualquer hipótese como tendem a atacar quem tome comportamento de caça desde que estranho. O detalhe que não deve ser esquecido é que o trabalho de luta em si acaba por elevar tanto a defesa como a rapina concomitantemente. Se o cão não tiver socialização amigável com estranhos, não poderá exercer trabalho de protetor e atacará sempre estranhos.
Na defesa resoluta, o cão não pensa mais em se proteger, pensa mais em atacar e lutar. A defesa resoluta leva imediatamente à luta. O cão não mais quer que o atacante fuja, mas que fique para ser abatido.
Entre a situação de uma defesa beirando a fuga, a qual chamamos de pré-fuga e uma situação de defesa resoluta, podemos considerar uma situação na qual o cão age sob a égide da defesa, sem demonstrar que está perto de entrar em fuga, mas também sem demonstrar a gana da luta. Chamaremos a essa situação de defesa simples. Não há sinais de pré-fuga, como cauda baixa e rosnados, pode o cão manter a silhueta elevada os pêlos arrepiados, pois, em verdade, ele tem a intenção de afugentar a presa, não necessariamente de abatê-la. Se for excessivamente pressionado, pode derivar para a pré-fuga ou para a defesa resoluta, conforme for a qualidade de seu drive de defesa, tanto do ponto de vista genético como pelo trabalho elaborado até então.
Recapitulando, os níveis de defesa seriam, portanto: defesa-fuga, defesa simples e defesa resoluta (cujos sinais são os mesmos da luta). Notem que a pré-fuga é uma situação instável que pode levar à fuga, e que a defesa simples também é uma situação instável, mas que pode levar tanto para a pré-fuga e a fuga, como para a defesa resoluta.
Notemos que o fair fight leva a um comportamento muito próximo à luta e que a defesa resoluta a um comportamento idêntico a ela. Isso nos leva à conclusão que tanto o aumento do drive de caça como o aumento do drive de defesa convergem para a luta. Esse é o ponto principal deste item.
Talvez, a única maneira de saber se, na prática, um cão está em defesa resoluta ou em luta oriunda da rapina, seja através da realização de um ataque lançado longo fora de seu território. Se estiver em rapina, o cão irá até o adversário se ele estiver em se campo visual. Na defesa, por mais resoluta que seja, só atacará a partir de uma determinada distância na qual considere a aproximação do estranho como perigosa ou afrontosa. Tratando-se de distâncias longas, a distância na qual um cão está disposto a atacar é proporcional à intensidade do nível do drive de rapina em que se encontrar. Em distâncias mais curtas, será também proporcional à intensidade da defesa resoluta.
Afronta. Essa é a palavra-chave que impulsiona a defesa resoluta: o cão se sentir afrontado. Muitos associam defesa simplesmente â percepção de perigo ou medo. Por isso, sempre se lembram da pré-fuga. Mas, o cão é um animal orgulhoso. Sentir-se afrontado, mesmo sem ter qualquer sentimento de medo pode ser o móvel da defesa. E é isso que ocorre na defesa resoluta. O cão não sente qualquer medo, mas não tolera o desafio nem ameaças, muito menos quando se dirigem às pessoas que ama, a seu território, seus filhotes, etc.
Diferentemente do drive de rapina, o drive de defesa não tem diferentes intensidades em diferentes níveis. Sua intensidade determina o nível que poderá chegar.
Comparando aos humanos o texto em negrito.
Ouvir alguém lhe murmurando para outra pessoa que somos uns fdp, que somos boiolas, etc. não traz medo a ninguém, já que não existe ameaça (seria só fingir que não ouviu se o outro não sabe que escutamos). Mas, pode levar o cidadão ao ataque ou, pelo menos, dar umas porradas é coisa que vai lhe passar pela cabeça.
Isso seria algo comparável com rapina? De forma alguma. Isso irá nos causar raiva. Isso seria algo próximo a uma fuga? Não, pois não precisaríamos atacar para nos preservar fisicamente.
Isso seria o quê?
Não seria uma reação de defesa contra uma afronta? Não seria uma situação cujo ataque não é motivado pela simples emoção de dar porrada (estilo pit boy) nem uma situação de ataque por medo.
Tal situação, se é que dá para comparar, seria uma situação de defesa resoluta.
O cão não ataca somente por medo ou por rapina. Ele ataca também por se sentir desafiado. É a defesa resoluta a resposta ao desafio. Muito sutil pode ser a diferença entre esta e a luta.
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Fonte: Orkut Comunidade BBC Dogue Brasileiro - Pedro Dantas

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